terça-feira, 24 de agosto de 2010

O amor é poesia


O Guardador de Rebanhos
Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)
II - O Meu Olhar
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mudança de paradigma


Estou em dúvida do que esvrever no blog. Comecei com a idéia de discutir temas relacionados a juventude e adolescência, lógico que ligado as teorias da Psicologia que é minha área de estudo. No entanto, desde a viagem que fiz para Pernambuco - Projeto Rondon - tive um insight de escrever sobre as percepções que tenho diante das relações corriqueiras que em geral são dada pouca importância.
Dessa forma estaria mais perto das pessoas que seguem o blog, interangindo de maneira que vocÊs pudessem escolher os assuntos para os artigos.

Colocarei uma enquete para a escolha dos temas.

Obrigado pelo voto!

sábado, 17 de julho de 2010

Semeia Feliz

No dia 08 de Julho de 2010 a equipe da FTC partiu em missão. Em sua bagagem levou saudade, ansiedade e a esperança de que tudo fosse dar certo como imaginado nas ações que criamos anteriormente. Em nenhum momento foi dito que seria fácil, contudo a equipe estava pronta. Contava com alunos embuidos em idéias altruista de construção de um mundo menos desigual e que os próprios cidadãos pudessem tomar partido dos problemas e dificuldades encontradas na sua comunidade.
Essas ações foram pensadas no intuito de propiciar aos alunos univérsitários a ampliação de seus horizontes e a percepção de que há muito a ser feito no Brasil e no mundo. Entretanto, o perfil das regiões visitadas do Rondon intercruza-se com a realidade dos Rondonistas, pois em sua maioria são moradores de comunidade que necessitam de ajuda e já fazem a diferença nas mesmas. Contudo, tem um fato que é preocupante.Percebe-se que a parcela da população que tem maior poder aquisitivo não está engajada na melhoria da realidade vigente.Como isso, as mazelas sociais continuam e começam a se agravar.
Um dos objetivos da Equipe da FTC - Itabuna é mostrar e provocar a população sobre os risco iminente que a sociedade pode estar passando, caso nenhuma ação seja feita de imediato.
Sensibilizar pessoas quanto a gravidade social que passam não é tarefa fácil, pois as pessoas estão menos sensíveis e resignada a aceitar uma sociedade injusta. Todavia, a missão que nos foi dada, assume o papel social de trazer a tona projetos não concluidos que foram engavetados por falta de apoio ou motivação.
A partir das meta estipuladas temos o intuito de demonstrar que o esforço e trabalho coletivo organizado pode gerar frutos deliciosos.


sábado, 26 de junho de 2010

Texto da entrevista do Rondon

O Projeto Rondon é uma oportunidade única de poder, ainda na faculdade, obter conhecimento prático de uma cultura diferente e agir de modo a ajudar as comunidades carentes. Antes de ingressar na faculdade, a idéia que tinha era de um lugar em que grupos se organizavam para reivindicar temas relacionados às mazelas da nossa sociedade, pois o país se encontra em situação crítica de desigualdades sociais. Contudo, a realidade encontrada foi muito diferente do que havia imaginado. Percebi que as ações realizadas nos centros acadêmicos não eram algo intrínseco à faculdade, mas sim fruto da indignação e angústia que os estudantes sentiam pela postura de muitas pessoas que se acomodam com a situação vigente, achando que o problema é de responsabilidade de outros, não se preocupando com nada além dela mesma.

Em pensamentos, idealizava projetos e ações que pudessem melhorar a vida das pessoas que sofriam por serem excluídas de usufruir dos bens necessários à subsistência. No entanto, essas ações nunca saíram do campo das idéias, pois somente na faculdade pude compreender que não precisava realizar um grande plano de intervenção na comunidade para poder mudar as coisas. Entendi que pequenas ações fazem uma grande diferença quando realizadas com planejamento e objetivos adequados às necessidades das pessoas. E o que realmente importava era que a concretização dos objetivos possibilitasse a construção de uma sociedade mais justa e menos desigual.

O interessante é saber que para se ter êxito na missão, será preciso que as ações sejam integradas - com universitários e professores de diferentes cursos - estabelecendo harmonicamente estratégias que vislumbrem a interdisciplinaridade, tendo como objetivo a criação de uma cultura de idéias que possibilitem um melhor desempenho na intervenção e na promoção de ações transformadoras na construção de indivíduos ativos. Baseado na premissa de responsabilidade social e voluntariado deve-se notar que são poucas as instituições ou pessoas que têm consciência crítica para analisar a realidade desigual do país. Sendo assim, sinto-me preparado para alçar vôo e confiante na minha capacidade de mudar o mundo, mesmo que seja uma parcela ínfima, mas estarei fazendo minha parte.

Com esse intuito de conhecer e ajudar na mudança da realidade imposta a algumas comunidades que almejo ir a campo, atuando ativamente na criação de novas tecnologias e propondo melhorias nos modelos de existência que possam estar impossibilitando o desenvolvimento de um padrão de vida melhor para que as comunidades - a partir daí - construam uma realidade diferente da anterior à missão.

Enfim, a missão do Rondon possibilita a consciência crítica e o conhecimento prático sobre as diversas nuances da realidade brasileira, pois o estudante que disponibiliza tempo para o voluntariado não só compartilha conhecimentos com a comunidade visitada, como também descobre, na prática, os caminhos que os livros descreviam e que só a vivência permite o desfrute, ampliando o leque de informações na atuação em comunidade.